domingo, 25 de abril de 2010

O que se duplica é fé.


Tenho duas partes de mim que moram fora.
Costumo dizer que fazem parte do meu ser espiritual.
Dois pedaços de um coração que palpitam à parte do meu peito.
Tem vida e contornos próprios.

Se isso for possível, além de mim, tenho duas outras partes.
Pedaços da Alma. São pele. São emoção.
São lutas distintas em um mesmo horizonte.

São minhas crias, ao mesmo tempo que são crias um do outro.
Meus criadores, são as partes que defendem a minha fé.

Essas minhas duas metades são enamorados entre si.
Eu, além de mim, sou mais duas partes que se amam.
Se é que é possível, o AMOR ama o AMOR.

Não existe outra forma de classificar que não seja duplicar.
Duplicar a fé. Na alma artisticamente delineada.
No coração humanamente sonhador.
Na emoção brutalmente sentida.
Naquilo que é além do querer,
Quando no peito não cabe mais, transborda.

O teu mundo te fere, e você acredita.
O teu mundo te condena, e você acredita.
O teu mundo te expele, e você acredita.

Acredita sem saber na forma mais sublime de amor.
Aquele amor que te pega, te enlaça bem, te rende.
Sem ao menos você perceber, e quando você acha que não cabe mais amar,
É aí que você encontra teu sagrado Manto dos Sonhos.
Tecido por mãos, na arte.
Tecido por corpos, no horizonte.
Lavado no sangue da sua resistência,
E transpassado em vida a ser vivida a partir desse marco.

E o melhor é saber que, agora, as duas partes se deitam juntas
Cobertas pelo Manto dos Sonhos que embalam outros sonhos,
Outras lutas, outras artes, se embalam em mais criações; em mais canções.
Porque aqui, aqui é só o começo.


"Vieste com a cara e a coragem,
com malas, viagens
Pra dentro de mim..."

(Lenine)

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