terça-feira, 19 de abril de 2011

Tenho o inverso da descoberta.


E se eu me tornara insuportável para o outro e não o inverso?!
E se, na realidade dos fatos, eu me tornasse "incabível" dentro da métrica?!
E se, ao contrário do que o ego pressupõe, eu me tornara muito menor?!
E se nem tudo nessa matéria realmente faz algum sentido?!

E se a gana por um novo ciclo for apenas a tentativa da fuga do hoje?!
E se a água da torneira tiver um gosto melhor?!
Esse é o meu ato de autoflagelo?!

A maldade se movimenta continuamente.
Enquanto a bondade, escandalizada,
se mantém estática, com os ouvidos abafados pelas mãos.

E nada soa como um etéreo descobrir-se outro.
É o inverso de qualquer descoberta,
tenho apenas os questionamentos.

"Enquanto eu tiver perguntas
e não houver respostas,
continuarei a escrever"
[C. Lispector]

2 comentários:

Marielen Marques disse...

Tem dias que me faltam palavras para expressar a real sensação de te ler.

ErikaH Azzevedo disse...

Desbaratinar o lugar das coisas, desviar lógicas, inverter o tempo e o espaço dos dias ainda poderá ser o unico meio de não sucumbir ao que na rotina nos defeitua, nos desumaniza , nos escraviza....um certo lutar contra.
Eu quero o avesso!

bjo lindona mia.

Erikah