quarta-feira, 19 de maio de 2010

Ímpeto


Ímpeto. Aquilo que desprende de você, e seu pudor parece que corre atrás, pedindo calma. Seus segundos durante a digitação se tornam lentos, porque seu anseio em alcançar com a boca o que tanto lhe aguça o desejo é mais feroz do que seus dedos conseguem atender.

Parece que lhe entope não somente as artérias, parece que lhe entope as vias, quer sejam as vias de fato ou não. Chega a tornar confuso o saber de quem domina o que, se você vive dos seus ímpetos, ou se eles se alimentam daquilo que você realmente é.

Ímpetos dos diversos, difusos, inconclusos; existem os ímpetos que parecem que lhe estragam o ser, mas são tão bons de serem cometidos. Trazem a sensação de dilatação: do ser, da alma, do corpo, do senso, do espítiro. E quando tudo se conclui, o ato se transmuta; a impressão é de que você nunca mais caberá no modelo que antes você cabia, e o melhor é que não irá.

E existem tantos outros contextos além do sexual, inúmeros ímpetos que vão além do corpo. Enlargueça sua alma e consciência, por mais hippie que isso lhe pareça. Não caiba nos conceitos que cabia antes. Transfira o seu senso de correto pra outro lugar, sem ultrapassar o limite do respeito ao outro, mas evolua. Fuja, corra, passe longe do antigo, da rotina, do vício por tortura. Mude, quer seja de casa, de rua, de amigos ou do que quer que seja, busque uma causa, não observe se alguém a aprova, apenas tenha certeza e se aventure nela até durar sua paciência, e, depois, mude novamente. Volte a gostar das coisas antigas, das que lhe trazem saudade. Reviva, reinvente, renasça. Libere-se. LIBERTE-SE.

"Ser um ser permissível a si mesmo é a glória de existir. "
(Clarice Lispector)

Saudade desse lugarzin! rs.
Woodstock feelings?!
não sei. rs


Um comentário:

ErikaH Azzevedo disse...

A impetuosidade carrega muito da verdade do sentir com ela...pq o impeto impede o pensar é quase sempre visceral, puro coração ....sangue correndo nas veias ...ação instantanea, modo transparente de agir. Aceitar a impulsivadade é deixar-se ser como se é...sem amarras, sem grilhoes...sem podas!

Que aula que deste hein...adorei este texto querideza!

Que bom poder ler teus textos novamente.

Monte de beijos

Erikah