terça-feira, 29 de junho de 2010

Não me ensina a morrer, eu não quero.


Em quase todas as notícias dos pop-intelectuais tenho encontrado uma postura suficientemente pseudo-anárquica, pseudo-socialista. É uma rebeldia sem fim. Não estou acostumada a essa amargura toda, e, desculpem, isso não é maturidade, é apenas uma espécie de tédio moral, seja lá o que isso realmente signifique para mim. Sinceramente, acho até que anarquia e socialismo são grandes idiotices. Não estou afirmando a invalidade destas definições, estou apenas tentando dizer que muitos dos que usam, com frequência, tais termos, não passam de pessoas que querem aliviar sua culpa se apegando às partes destes conceitos que lhes interessam! Desculpem, vou me comportar.

E agora, o que se faz com a plena consciência do caos? Rebobina-se a fita para tentar gravar em cima a uma nova cena?! Não, agora a época é outra. Agora é a fase de ter fama virtual. Interessante é ter muitos seguidores no twitter, independente de quem quer que seja que te segue. Lembrando que ter seguidores é um perigo, vai que alguém acredita na sua ironia e resolve encarar a vida a partir desta vertente?! Mas a gente está seguindo o que e para onde? Em que abismo vamos vislumbrar o oásis? Fora que sinto um frio na espinha só de falar estou seguindo fulano, juro que, automaticamente, me transporto para qualquer cenário de guerra estúpida, daquele tipo que vemos acontecer lá no Oriente Médio, onde as pessoas nascem na guerra e já não se tem capacidade intelectual para analisar o por quê de tudo aquilo. E ainda existe o, desde sempre, aparentar algo, quer seja beleza, feiúra, rebeldia ou sanidade. Aparentar e manter postura inteligente é o que mais tem me irritado. Porque alguém decretou que, se você é uma pessoa minimamente inteligente, você precisa manter a postura de falar as coisas certas nos momentos oportunos, ser sempre sisudo(a), chato até. Tem gente que vive e engasta a vida só sendo do contra. Quem foi que disse que você precisa (sempre) achar um cunho evolutivo nas frivolidades que se defende? Chega. É preciso ocupar a mente vazia com coisas menos complicadas e um pouco mais sólidas, só por um momento vai andar na rua, sentir o vento no rosto, vá rir com seus amigos, vá dar, foder, que seja! O ócio mental está se transformando em um ócio destrutivo, que quer destruir a beleza que ainda resta milímetros à frente da retina.


Há diferença abstinente no prosseguir da gente.
Sei que a tendência anda nas frestas no decidir da mente.

[c.brown/a.tavares]


crédito da imagem: Bia Câmara [retirada do labirintosdaalma.blogspot.com]

3 comentários:

ErikaH Azzevedo disse...

Teus posts nada comuns né amiga, sempre nos levando a um minuto do refletir, essas pausas que nos são necessárias, tantas vezes...

A busca por popularidade sempre existiu, as pessoas não confiam no que são e normalmente precisam de outras pessoas que atestem o seu valor, acho que por isso essa coisa de seguidores em blogs e em twiters se tornou uma mania....mas a custa de que pode-se ser popular, o que eu vejo hj nisso é um pede lá dá cá, eu te sigo que vc me segue, e tá tudo feito...até qdo aquele numero de seguidores seguem pq querem e pq gostam e não pq se sentiram compelidos a seguir, por um pedido , ou uma cobrança...sem que haja direito livre de escolha.. é o que eu sempre me pergunto.

Qto ao socialismo ,os que são, só o são na teoria, somos individualistas, muito dificil sermos socialistas na prática...e é muito bom sermos utopicos , sonhadores na teoria, alivia muita culpa, é quase um alibe pra nossa propria consciencia, por isso concordo mesmo com vc.

Esse post é um despejar de sentires...nos transporta pro seu mundo e a mim mostrou que meu mundo tb é umm pouco como o teu.


Bjos queridisssima.


Erikah

Sylvio de Alencar. disse...

Intuo o Universo, dele veio minha cabeça; tiro dela o que minha mente inventa, e completo com estrelas.
Daí, saio por aí, pensando...

Sylvio de Alencar. disse...

Falei, e não disse nada - de você; a pessoa mais importante aqui.

Você escreve bem, e pensa melhor ainda!
na verdade, parece fácil, mas foi complexo a idéia (e opnião) desenvolvida. O próprio assunto foi cavernoso; só de falar desse povo, pesou...
Mas, sua leveza pairou em cima das taboas. Seguimos seu vôo com prazer.

Abrçs.