harmonizam
as gotas de chuva que povoam a janela
as gotas que percorrem o embaçado da respiraçãoa chuva que cria traçado na vidraça.
invejam
o sexo exposto no rosto
o ativo sexo oposto e escândalos que faz para conseguí-lo
o sexo perplexamente insistente do rosto.
desconfiam
da veracidade do afeto
do quanto proclama o sentimento
e as coisas inversas que fazes com isso.estragam
a postiça-imagem carregada de afetoa pseudo-brincadeira de emanar beleza
a analogia entre os respirantes.
emudecem
diante da prolixidade gritante por vida
enquanto o viver enreda-se em mentiras
irritando a essência, arranhando.
[e como por um alívio]
testificam em leis de vida e sobrevida:
o encontro perene de fontes que não secam
o vislumbrar do simples, concreto e sólido
o enxergar da luz frouxa e constante
daquilo que se intitula lucidez!
o raro indizível delírio concedido a uns,
marque minha pele como carmin
e avive minha insubmissa sensatez.
2 comentários:
Poetisa Tatiani
Obrigado pela visita.
Obrigado por brindar-nos com tamanha sensibilidade, tamanho brilho.
um grande abraço
Sobretudo um pedido, um querer de vida que rompa os limites da sanidade , da normalidade estéril..é bem isso né!
Mas é um texto forte e complexo um texto de profundidades e mergulhar nele sem vai nos fazer descobrir mais e mais.
Eu vi a cena, a chuva, a vidraça, mas fiquei com vontade de sentir o por detrás...tu me interrogas, ou serei eu que me interrogo diante de ti?
Bjods de quem te adora.
Erikah
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