quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Behavior of Love

E agora, o que fazer das nossas rusgas se o amor nos desarmou? O meu nome foi trocado, agora me chamo outra criatura. Até da capacidade de externalizar ele quis me roubar, emudeci. Fui surrada. O velho coração, ainda vestido com os trapos de guerra, foi massageado até cair em sono calmo. O incidente císmico-sentimental é selado quando a correria do mundo já não lhe aflige, sua rotação é diminuída, transformada. Seu ritmo agora é em slow motion. Tudo isso ao mesmo tempo em que o corpo começa a sentir calor em ambiente de temperaturas baixas. A emoção se agrada da sensação do medo. O que antes lhe passava com dificuldade pela glote, agora tem o mesmo efeito de água corrente, toda a loucura se torna natural.

"O que é o amor?" é a pergunta mais comum. Porém, o mais importante é: "E se é amor, o que fazer? Como é que se comporta diante disso? Como é que se lida com essa nova falta de liberdade que vem do sentimento? A gente já havia pensado ser o melhor aluno da vida, apreendendo que ser individual é a melhor maneira para o não sofrer. E agora, como é que se assimila que o amor lhe expandiu? Que você passa a ser habitante de dois corpos? Como é que se lida com o amor preso no caleidoscópio? Porque é assim que ele lhe absorve: para cada momento que você o admira, existe uma nova forma e cor, nunca repetida.

Ela: - Se isso não for real, me deixe vivendo neste recesso da dor, neste aceitável coma.
Ele: - Ajustarei o soro para que ele lhe alimente por quarenta anos, razoável pra você?

Sua duração é o infinito de um instante ou os segundos de toda uma vida.
O amor é a eterna dúvida terrena e a infernal certeza celestial.

Ainda acho que é apenas aquela rasteira que lhe ocorre quando tens a tranquilidade de qualquer certeza.


Ele circunda meu coração de Lua com seu corpo de Sol ...

3 comentários:

ErikaH Azzevedo disse...

A única coisa que o amor quer é doação...ele não quer o entendimento, e nem permite que o entendamos. É mesmo caleidoscópico, não é um só, é um pra cada época , um pra cada pessoa que o amor escolhe amar, um pra cada um que vamos sendo durante toda a vida....e somos tantos, e amamos de tantas formas, tamanhos e intensidades.

No amor a gente aprende sim mas não dá pra transferir aprendizagens de um velho amor , pra um novo amor...um novo amor vem com um entendimento novo tb, e novas formas de aprender a amar.

Um comportamento de mim eu sempre cobro...a coragem pra amar.

Hj li essa frase e cai muito bem aqui, não por vc, mas por muitos que vejo por aí.

“Você acha tão inteligente não amar. Eu acho um desperdicio.”
-Marcella Thebaldi

Eu sempre senti assim, esse texto me lê, mais uma vez um texto teu me toca menina, e me deixa abobalhada.
Esse teu parto, cada filho teu parece ser tb um cadinho meu.

Meu beijo

Erikah

Anônimo disse...

Lindo,profundo,verdadeiro...
Mas o que é o amor? Pra que saber?
Deixa rolar,deixe acontecer,só assim você saberá...
Adoro viajar nas tuas profundezas Tati!

Beijo gigante!

Lud disse...

"O amor é uma eterna dúvida". Isso já define metade de tudo. Falta Bukowski complementar dizendo O AMOR É UM CÃO DO INFERNO.
As pessoas tendem a achar que o amor é o começo mas eu o vejo como o fim de tudo. É o fim do amor próprio, é o fim do orgulho, é o fim das noites tranquilas, é o fim da calma, é o fim da sanidade. O amor só traz um milhão de coisas impossíveis de controlar e entender. te joga no chão, te pisoteia e você ainda sorri pra ele.