domingo, 13 de fevereiro de 2011

De uma Dança sem Corpos.


Nossas mãos, suas costelas.
Nossos antebraços, suas cinturas.
Nosso ritmo, o nosso.

A dança de almas
Que para transcender ultrapassa os níveis
Sexualidade, gênero, moda.

Tudo vai depender
Como vou rimar meu corpo
No embalar do seu corpo.

Em um giro subserviente
O vento vai escapar entre os dois.
Os corpos sabem o que sentem, o vento é quem dança.

Não se vive a dança contida,
Não se vive bailando em cativeiro,
Se vive a intenção de deixar-se ir.

Nossa liberdade de culto:
Dança sem corpos
Dança de intenções.

Da imaturidade a dança foi o motivo.
[Motivo de autoconsciência e autoescolha]
Do presente ela é o cheiro de evolução.

Arrasta chinela,
balé moderno de Luiz Gonzaga.


E, mesmo depois de todo o resgate das palavras, percebe-se que jamais se poderá descrever por completo o que a dança de intenções produz entre dois corpos. É algo como um desenho reluzente no ar, com as roupas coadjunvantes se embalando e favorecendo o toque. Quando duas almas podem ocupar o mesmo lugar no espaço.

2 comentários:

Thalita Yanahe disse...

seu texto nos convida a dançar
me desculpa se eu vacilar
é que seu rítmo é de inebriar
amo por isso preciso.

ErikaH Azzevedo disse...

Se há dança entre dois corpos é pq desses dois corpos sai musica...um como o acorde que o outro faltava.
Tudo é consonante...

E aqueles que foram vistos dançando
foram julgados insanos
por aqueles que não podiam escutar a música.

Friedrich Nietzsche