Nossas mãos, suas costelas.
Nossos antebraços, suas cinturas.
Nosso ritmo, o nosso.
A dança de almas
Que para transcender ultrapassa os níveis
Sexualidade, gênero, moda.
Tudo vai depender
Como vou rimar meu corpo
No embalar do seu corpo.
Em um giro subserviente
O vento vai escapar entre os dois.
Os corpos sabem o que sentem, o vento é quem dança.
Não se vive a dança contida,
Não se vive bailando em cativeiro,
Se vive a intenção de deixar-se ir.
Nossa liberdade de culto:
Dança sem corpos
Dança de intenções.
Da imaturidade a dança foi o motivo.
[Motivo de autoconsciência e autoescolha]
Do presente ela é o cheiro de evolução.
Arrasta chinela,
balé moderno de Luiz Gonzaga.
E, mesmo depois de todo o resgate das palavras, percebe-se que jamais se poderá descrever por completo o que a dança de intenções produz entre dois corpos. É algo como um desenho reluzente no ar, com as roupas coadjunvantes se embalando e favorecendo o toque. Quando duas almas podem ocupar o mesmo lugar no espaço.
2 comentários:
seu texto nos convida a dançar
me desculpa se eu vacilar
é que seu rítmo é de inebriar
amo por isso preciso.
Se há dança entre dois corpos é pq desses dois corpos sai musica...um como o acorde que o outro faltava.
Tudo é consonante...
E aqueles que foram vistos dançando
foram julgados insanos
por aqueles que não podiam escutar a música.
Friedrich Nietzsche
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