quarta-feira, 16 de novembro de 2011

gotejar a vida no mar


Extremamente delicados perto da força que a Natureza emana em suas demonstrações de poder. Das tempestades, as que melhor devem ser observadas são as brandas. As que gotejam. Se sofre com as que arrastam e destroem em segundos, mas antes devastar-se por completo do que ir morrendo aos poucos. Como se possível fosse a morte gotejar na vida, até cessá-la. Dois minutos ainda restam e um pouco mais de treze megas.

Nunca se esperou tanto por um final. Por um cessar de sons, pela submersão no silêncio. Salva tuas convicções, guarda-as em lugar à prova d'agua, agarre-as com ambos os membros pois, que a enxurrada se anuncia, não vês o recuar do mar? Não sentes a brisa morna no rosto? Nada? Se nada sentes é porque submerso estais e nem percebestes. Se nada experimentas de não habitual é porque vens subexistindo há tempos ou tentas o afogamento. Um grande cansaço, mas ainda tenho que esperar cinco minutos e trinta megas.

Porque quanto mais se vive,
mais se carrega de vida.
Meu mundo é o mar.
No mar nada pesa.

2 comentários:

Mô Amorim disse...

''Porque quanto mais se vive,
mais se carrega de vida.
Meu mundo é o mar.
No mar nada pesa.''
Tati.. que lindeza de pensamento... coisa boa visitar este lugar... que primorosos teus escritos... estou sentindo as palavras caindo, feito no teu mar... coisa linda... um beijo, mô amorim

Sylvio de Alencar. disse...

Conhecendo-a, Tati...
vim do FAce, para cá.

Beijo.